Rodrigo Janot se despede da PGR na próxima semana dando lugar a Raquel Dodge, a preferida de Michel Temer. Janot foi o responsável pela Lava Jato na ossada do Ministério Público Federal no supremo. Agiu no início com muita cautela deixando a desejar, enquanto em Curitiba a operação estava a todo vapor. Após a panela de pressão na primeira instância já dava sinais de explosão, resolveu agilizar as coisas no STF com os investigados portadores do desprezível foro privilegiado. Partiu pra cima de Eduardo Cunha, que na ocasião, estava puxando o tapete do PT. Cunha estava atolado até o pescoço no envolvimento com a corrupção, acabando por ser condenado pelo juiz Sérgio Moro, enquanto Janot já partia pra cima de Renan Calheiros entre outros.
Se recusou a oferecer denúncia contra a então presidente Dilma Rousseff alegando que a mesma estava no cargo de presidente e que não poderia ser processada pelas pedaladas, por ter acontecido no mandato anterior aquele. Após Dilma ser cassada pelo congresso, o procurador-chefe começa a se mover de forma mais intensa e realmente fazer seu papel, abrindo investigações e processando os acusados protegidos pelo foro.
Já com o governo Temer em andamento, fecha um acordo inusitado de delação premiada com um dos maiores corruptores empresários desse país, os irmãos Batistas da JBS, atingindo imediatamente o presidente, e fazendo seu papel, abrindo processo contra o mesmo, que foi barrado na câmara, o que já era esperado. Erra ao dar imunidade total aos corruptores que ao final de seu mandato na PGR, paga pelo erro, ao surgir uma gravação um tanto estranha de Joesley Batista estragando a proeza conseguida diante de Janot. Agora ele corre contra o tempo para poder corrigir isso e limpar seu nome pedindo a prisão deles ao STF. Janot poderia ter contribuído muito mais à Lava Jato se tivesse nesses quatro anos, a mesma postura desses últimos quinze dias, e sairia com a cabeça mais erguida.